segunda-feira, 18 de julho de 2016

Escute! Escuta, ouça o silêncio de Deus!

“A comunicação tem poder de criar pontes [...], comunicar significa partilhar, e a partilha exige a escuta, o acolhimento. Escutar é muito mais que ouvir [...], refere-se ao âmbito da comunicação e requer proximidade. A escuta permite-nos assumir a atitude justa [...], caminhar lado a lado.” (Papa Francisco – 50º Dia Mundial das Comunicações Sociais)
Experimentar e “experenciar” a fé nos chama a atenção para nossa vida de cristãos, ou a mera tentativa de sê-lo, nos remonta as tantas dificuldades e salpica a nossa racionalidade da necessidade e urgência do exercício e da atitude da escuta. O profeta Miquéias ao evidenciar as interpelações de Deus convida-nos a justamente a essa atitude, de emprestar os nossos ouvidos e a inteireza de nosso ser aos que gritam o desespero, gemem como em dores de parto e carecem de uma escuta diferenciada, o escutar de Deus, o escutar de homens de Deus e não de homens de igreja, que se assoberbam ao legalismo, ao ritualismo e distorcem a misericórdia. E esta é uma escuta dinâmica que transforma quem fala e quem se põe a escutar, pois, é um passo fundamental para a solicitude com Deus, para estabelecer diálogo e proximidade com Ele, um “papear” que encaminha ao raciocínio – que preciosidade abarcar-se desse Deus que se coloca na atitude do pai terreno.
Quando nos colocamos na atitude da escuta, solícitos aos desígnios e ensinamentos de Deus, não precisamos de sinais que soem como garantia da verdade, mas trazemos para nossa vivência o exemplo de Jonas que “sepulta no ventre da baleia” tudo o que impede de escutar a voz de Deus e nos propõe a conversão, nos colocando em atitude de confiança, num acreditar plenamente na ação de Deus, de seu Santo Espírito.
Não nos deixemos afogar em um racionalismo religioso, de detenhamos a Palavra de Jesus e aos Mistérios de Deus que são verdadeiros sinais, afinal um sinal de Deus só se compreende a partir da fé, que não é uma equação lógica, mas sim a disponibilidade para acolher o dom de Deus, que tem um rosto e um nome – Jesus de Nazaré.

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