quarta-feira, 27 de julho de 2016

A arte de redescobrir o primeiro Amor!

A experiência de Jeremias no dia de hoje nos parece um profundo chamamento a pisar no chão de nossa realidade, a vivenciar um profundo encontro existencial, que mediante a um drama, a tantas dúvidas e inconstâncias, se vê em meio a uma verdadeira crise, existencial e vocacional. E Deus na sua infinita sabedoria lhe faz um singelo convite, e com certeza ela se estende de forma toda especial a cada um de nós, que talvez, no delinear de nossos dias nos vemos tão fragilizados como o profeta Jeremias – voltemos ao nosso primeiro Amor, a experiência do nosso primeiro encontro, e com aquilo que, de certa forma, se tornou a razão de nossa vocação e existência.

Vivenciar momentos de crises é permitir que nossa alegria do servir e do se doar seja roubada e ofuscada, é obscurecer o momento que dissemos sim e respondemos a um chamado de Deus, a vocação que é dele, que esta e sempre estará em suas mãos, daí a real necessidade do abandono e da confiança, que justamente Deus chama Jeremias a ter no momento de dificuldade, mesmo quando as coisas parecem não ter sentido, mesmo quando todos parecem ter nos dado as costas, mesmo quando as dores e sofrimentos são os nossos melhores companheiros, ainda sim, temos que perceber e sentir o colo de Deus Misericordioso a nos afagar e nos dar sustento para suportar e amar o que é próprio de nossa existência.

Aliás, a capacidade de suportar e amar o que é próprio de nossa vida é justamente passar pela experiência que o Cristo nos convida pelo evangelista Mateus, uma experiência do Cristo que nos faz despojar de tudo para conquistar a maior de todas as pérolas e o melhor de todo e qualquer tesouro. 
O Reino dos Céus é o que em Jesus temos de mais precioso, participar dele é privilégio incontestável, e extremamente gratificante para nós cristãos. É a alegria que é contida no amor do Cristo, encontra-la é saborear com docilidade o chamado de Deus, pois quem é chamado, quem se abre a escuta-lo e a senti-lo não fica inerte, mas se torna caminheiro em busca constante do que fora o primeiro Amor. 

Lograr por crises é próprio do nosso “ser humano”, no entanto permanecer nelas é esquecer e ignorar o que fora para nós o primeiro encontro, é lacrar as páginas de nossa vida com murmúrios, com o vitimismo e com dramatizações surreais, por isso a alegria do Cristo deve ser sempre o alimento de nossa caminhada, pois no momento de infortúnios, conseguimos, como num estalar de dedos, redescobrir a alegria que é própria de quem se põe a servir, alegria do Reino do Céus, afinal Ele é nosso refúgio no dia da aflição!

Nenhum comentário:

Postar um comentário