sábado, 30 de julho de 2016

Vasos? Quais vasos? Peixes? Quais peixes?

Os autores sagrados utilizam na liturgia de hoje figuras tão próximas de nós, que é impossível não nos encantarmos e emocionarmos com tamanha demonstração de amor e de cuidado. Adentrar a realidade do oleiro, como vaso de barro, ou ainda como peixes nas mãos do pescador é ter a capacidade de mergulhar no que Deus espera e quer de cada um de nós.

A temática do “se abandonar” tão recorrente nos últimos dias, hoje se torna ainda mais eloquente, quando podemos perceber na expressão singela e simples do homem o dedo de Deus que retoca, dá forma e formato, refaz e desfaz, molda pelo Amor e pela Misericórdia.
É tão significativo nos reconhecermos como vaso de barro nas mãos do Criador, é tão precioso nos percebermos como peixes, ora bons e ora ruins, para que assim recorramos no verdadeiro abandonar-se nas mãos que afagam, protegem, aquecem, cuidam, exortam, corrigem e lançam, no gesto tão doce, de entregar para a vida aquilo que criara, no desejo que estejamos sempre conectados pelo elo do Amor.

Imaginemos que hoje seja o último dia, o dia derradeiro, o final... o vaso já quase pronto e a rede sendo retirada do mar. Na mão do oleiro, a possibilidade de um belo vaso, ou ainda, o trincar e defeitos do que poderia ser um vaso... nas mãos do pescador uma rede cheia, repleta de peixes, uns bons, apetitosos, graúdos, outros ainda, com tamanhas deformações que o melhor a ser feito, é lança-los novamente ao mar. E nós como chegamos para este dia? Que vaso somos, ou ainda que peixe escolhemos ser?
É tempo favorável, é preciso se enxergar nessa realidade, e envolver-se pela Misericórdia de Deus, que insistentemente tem vindo ao nosso encontro, e por frações de segundo quer nos moldar para que não estejamos mergulhados no pecado e no sofrimento. Ser bom peixe ou vaso belo não é mérito nosso, mas é graça de Deus, que nos salva por nos amar gratuitamente, escolhemos a Ele, porque Ele nos escolheu por primeiro.

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