sábado, 30 de julho de 2016

Nossa maior riqueza: nosso próximo!

A liturgia desse final de semana nos convida a encarar nossa realidade cristã frente aos desafios que assumimos face aos bens deste mundo, sobretudo no que se refere aos que vertiginosamente nos coloca na posição de escravos.

A primeira leitura é envolta de um pessimismo do autor sagrado, todavia com o olhar da fé somos interpelados por ele a nos percebermos no hoje da nossa história como construtores de um vazio que se preenche das futilidades e das vaidades. Quando ocupados e preocupados com os bens supérfluos não conseguimos nos atentar ao que realmente é válido em nossa caminhada cristã, afinal nossa atenção, o prisma de nosso olhar, esta calcado em acumular cada vez mais bens, e nos esquivamos de envolver com o revelar-se de Deus e o sussurrar de seus valores.
É justamente isso que o evangelista nos recorda na narrativa do Evangelho, diante de um pedido, um tanto quanto incoerente, Jesus se posiciona, e tateia repreensivamente o que verdadeiramente é válido, ou seja, tudo que nos convida insistentemente a sermos: mãos servis, dom total de si aos outros, entrega e doação incondicional.
Quando nos voltamos a um vazio existencial nos vemos buscando um acúmulo esdrúxulo de bens que não são necessários para nossa realidade cristã, nos portamos como loucos esgotando-nos em conquistas desvairadas e descabidas, ajuntando riquezas que não são necessárias para estar diante do Deus de Misericórdia.
Talvez devêssemos nos atentar do como podemos ser ricos diante de Deus, quais são as riquezas que devemos nos ocupar e o que elas representam na vida de cada um de nós cristãos. É interessante como nos saciamos com tão pouco, diante a magnitude e a grandeza de Deus, como que ansiamos por bens tão superficiais, quando temos a oportunidade de degustar da misericórdia de Deus, que sabe que o que temos a oferecer e é próprio nosso e de nossa existência, são nossas misérias e mazelas, e mesmo assim, vem ao nosso encontro, pois nos ama de forma gratuita e sincera.
Por isso São Paulo quando se dirige a comunidade dos Colossenses os convida a estar na constância do identificar-se com o Cristo, a nos libertar das amarras da escravidão terrestre e se lançar nas mãos de Deus para um “renascer” no Cristo, e a melhor forma de fazermos isso é assumir no âmago de nossa história os nossos compromissos batismais, afinal são eles que nos impulsionam na busca de bens espirituais que nos fazem ricos diante de Deus.
A vida quando pautada nos bens materiais é fadada ao fracasso, e fracassam todos aqueles que se tornam obcecados no sentido único de “ter”, e “ter” cada vez mais, ao invés de se voltar para o sentido único de “ser” e “ser” um com o outro, a quem somos chamados a servir; é preciso ter a consciência de que para ser rico de Deus precisamos nos preencher do nosso próximo e nos tranquilizar tal como o salmista, pois o "Senhor é um refúgio para nós".

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