A atitude de parar, pensar e refletir às vezes custa-nos um
pouco, e sabe porque? Por corrermos o risco de ouvir a voz de Deus. Sim
exatamente um risco, pois escutar tal voz exige de nós um posicionamento, uma
radicalidade, um sair de si, e isso é difícil, as vezes dolorido, mas é o que é
preciso.
“Não nos ardia o coração quando Ele nos falava pelo caminho”,
foram essas as palavras dos discípulos de Emaús, quando deram por si, quando
perceberam e acolheram o Cristo. E assim acontece aos sábios e entendidos, eles
sentem o coração arder, mas não são capazes de definir, de perceber e de
acolher o porquê de tudo isso. Afinal estão ocupados em defender as leis, as
regras, em dizer o que pode ou não pode, ocupados com as aparências, com as
flores, com as velas, com a estética, com o texto bem redigido, bem proclamado,
com as roupas impecáveis, com as louças, com os cristais, com isso, com
aquilo...e ?!?! Quando dão por si, olham para trás, percebem que acabou. E o
que ficou? Absolutamente nada.
Por isso precisamos aprender dos pequeninos, para que também nós
façamos a experiência deles, que sentem o coração arder e sabem definir o
motivo de tal ardume, não ficam na superficialidade, vão além, sobressaem aos sábios
e doutores, que por si só mutilam constantemente a oportunidade que Deus lhes
dá de fazerem a experiência do Cristo pela fé.
É preciso um abandono total as mãos de Deus, uma confiança
sem precedentes...um agir no agir do Cristo, uma experiência feita a de Paulo, “não
sou eu quem vivo, é Cristo que vive em mim”! Atentemo-nos, pois, aos sábios e
entendidos, são escondidas as coisas, e aos pequenos, são reveladas, pois
possuem abertura de coração, abrem-se a ação do Espírito e compreendem que não
pode gloriar-se o machado, em detrimento
do lenhador que com ele corta!
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