quarta-feira, 20 de julho de 2016

Um chamado de Deus, uma resposta nossa! Uma consagração não de símbolos, mas de coração!

A beleza da liturgia nos propõe hoje a figura profética de Jeremias, e nos conduz a um mergulho no seio de sua vocação, não bastasse tamanho testemunho, exemplo de escuta e abandono, o evangelista Mateus nos convida a adentrar nos “segredos do reino” pelas parábolas, e assim podemos perceber os desígnios de Deus em nossa caminhada e vocação, um chamado Dele e uma resposta nossa!
Diante de elementos que vão sendo apresentados por Jeremias, somos chamados a atentar-se a nossa vocação, e como ela se desenvolve no hoje de nossa história, claro, mediante a abertura ao Santo Espírito, que de modo expressivo não se limita aos obstáculos que trazemos no bojo de nossa caminhada, pois nenhuma de nossas fraquezas são obstáculos para Deus, pois, em sua mão, todo e qualquer instrumento é útil, Ele não descarta e nem ignora nada, somente transforma, capacita e instrui a aqueles que confia determinada missão.
Por isso devemos com cuidado olhar para nossa inteireza e perceber à que somos chamados, o que devemos e podemos realizar a nós, ao nosso próximo e a nossa comunidade. Muitos de nós brincamos com o que Deus concede, deturpamos a missão e biscateamos seus ensinamentos. Levamos no degringolar de nossa existência as futilidades desnecessárias para o anuncio do Reino, semeamos as sementes de olhos fechados, pois acreditamos ser Deus, boneco de ventríloquo em nossas mãos.
Um dia, um instrumento de Deus, viera e colocara em nosso coração uma semente, mas para que ela fecundasse contou com nossa participação, nossa ação, nossa oração! A semente que é lançada, não escolhe lugar, coração, terreno, pois as sementes de Deus, são para todos, não há distinção, não há diferença, afinal, todos nós somos chamados a salvação. Por isso ao olhar para a figura de Jeremias, que acolhe a vontade de Deus e se lança na missão, também nós devemos nos envolver de tamanha coragem e astúcia, com cuidado, com prudência e confiança. Nem todos nós acolhemos essa Palavra que cresce e frutifica, as vezes a evitamos, as vezes a deixamos de lado porque exige muito de nós, exige passos que não queremos dar, talvez seja mais fácil massagear o nosso ego com sentimentalismos, como “missas show”, com devoções sem pé nem cabeça, com ritos, com pompas, porque de uma certa forma isso revela o que carregamos no nosso coração, revela o mercado de consumo que resume a nossa fé e o nosso “ser cristão”.
Daí é que nos cabe parar e pensar qual é o terreno que estamos preparando para Deus, como está nosso coração, nossa vontade e nosso desejo diante do Deus que é misericórdia. Qual é a relação nossa com Deus? Tenhamos a certeza de que esse Deus respeita a nossa liberdade, nossa resposta, ele é paciente, é bondoso e compassivo.
Mas, se ainda nos colocarmos na posição de semeadores logo nos é dado um tanto bom de responsabilidades, porque no lavrar e no semear de todo cristão nós não podemos escolher pessoas e lugares, ali ou acolá, devemos semear a todos e em todos os lugares, sem medos e sem reservas afinal somos consagrados a Deus, separados de tudo e dedicados exclusivamente a Deus, e vale aqui salientar a importância da consagração, que não se limita a símbolos escravistas ou de significados pífios, que se externam de forma tão esdrúxula e soberba, não se resumem em um ato devocional ou de querência “cristã”, é muito mais do que isso, e requer de todo e qualquer consagrado atitude, postura e vivência cristã, não como maquiagem, mas como essência pra toda a vida.

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